Você sabe o que é um plano de sucessão? Basicamente, é um processo que visa selecionar e preparar pessoas para a vida profissional. Assim, fica mais fácil entender a importância de criar um plano de sucessão familiar. E é justamente sobre isso que se trata esse artigo.
Em resumo, a gente pode dizer que é uma forma de alinhar os recursos humanos da empresa com a estratégia da marca – o que deve ser pensado no longo prazo garantindo uma boa gestão durante bastante tempo (pensando em algo que seja perpetuo).
Só que tem muita gente que pensa que não é preciso criar um plano como esse. Afinal, como em qualquer monarquia, o filho vai ser o sucessor do pai e ponto final. A verdade é que isso pode não gerar um bom efeito que é esperado, ainda mais na questão da gestão.
Por isso mesmo, criamos este conteúdo. Você vai ver em um passo a passo inicial qual é a importância de montar o plano de sucessão familiar. Aliás, vai ver que isso pode fazer a diferença na hora de tornar a sua marca centenária ou milenar.
O passo a passo
Hugo Cardoso é analista de serviços financeiros do Sebrae. Já o Washington Mendes é contador e especialista em finanças de empresas. Ambos criaram esse passo a passo, que inicialmente foi divulgado na revista Gestão & Negócios (edição 129).
A gente adaptou o conteúdo para ser lido neste conteúdo de forma mais simples e didática. Abaixo, tudo está separado em tópicos. Confira e descubra como criar um plano de sucessão familiar da forma certa.
Planejamento
Os especialistas falam que a primeira coisa é pensar no planejamento – e que isso deve ser feito de forma antecipada a sucessão de pessoas na empresa familiar. O motivo? Eles mesmos explicam, de forma sucinta.
“Para que, quando for necessário realizar a sucessão, esteja tudo documentado e com os demais membros do negócio e da família cientes”.
Profissionalização
Um próximo passo para criar um plano de sucessão familiar é pensar na profissionalização de várias áreas – e não apenas na gestão do negócio. Obviamente, saber as funções de cada herdeiro é importante, mas não é tudo.
“Não descuide da profissionalização da sociedade, que é o processo que vai trazer consciência societária entre os herdeiros, com definição clara de responsabilidades”. Além do mais, eles falam ainda que muitas vezes, a alternativas é contratar gestores especializados.
Sociedade
O próximo passo é todos os herdeiros saberem diferenciar uma empresa familiar de uma sociedade. Sendo assim, a ideia de sociedade é muito mais ampla, já que é composta por pessoas que, nem sempre, se escolheram para estar ali.
Nessa situação, a dica é sempre considerar a contratação de um empreendedor ou tornar um dos herdeiros como o tal. Isso porque “o empreendedor deve desenvolver um papel ativo e relacional junto a todos os membros da família e montar um plano de transição”.
Transição
E já que falamos em transição, saiba que esse processo é importante porque vai auxiliar as novas gerações no momento de assumir os negócios. Os especialistas ainda dão uma dica a mais sobre isso: “cuidado com o risco do nepotismo na hora da escolha da sucessão”.
Por isso, o mais recomendável é buscar o apoio de um consultor externo. Esse profissional deve ser neutro e terá o foco de identificar as aptidões individuais e a segurança jurídica de toda a operação.
Preparação
Além do planejamento, da profissionalização, da ideia de sociedade e do plano de transição, saiba que a preparação também será determinante para criar um plano de sucessão familiar de forma correta e sempre visando o bem-estar da empresa.
Portanto, nesse caso, o ideal é criar uma holding familiar para a preparação da sucessão. Assim sendo, ninguém terá que aguardar muito tempo para saber quem é o sucessor até que o inventário termine, em caso de falecimento.
Equipe
Pensar na equipe também é um dos detalhes que pode fazer a diferença. Afinal, já até falamos disso um pouco. Mas, não deixe de considerar que é necessário ter pessoas com habilidades necessárias do sucessor.
“Não adianta chegar à presidência de um grupo sem nenhuma habilidade”. Então, para isso, você deve usar o tempo a seu favor e “preparar a equipe de sucessão estimulando os filhos a fazerem o mesmo para as gerações vindouras”.
Além do mais, você tem que saber toda pessoa contratada pode ser demitida. “Não importa se é filho ou neto. Jamais proteja ninguém. Seja profissional”, essa é a recomendação mais firme dos especialistas, sendo que para eles é fundamental para o negócio dar certo.
Finanças
Um detalhe a mais que deve ser considerado é pensar na área financeira. O recomendável é montar um modelo de caixa da empresa com retiradas que sejam pré-definidas. E isso tem que acontecer de forma comprovada, em atas ou contratos.
“Em todas as fases de um negócio é preciso ter um caixa muito bem definido”. Sem contar que é imprescindível separar o pessoal do profissional. Já que os problemas da empresa são inúmeros e cada profissional tem que saber lidar com a sua função.
Motivação
E para fechar esse passo a passo sobre como criar um plano de sucessão familiar, considere a motivação para as novas gerações. A ideia tem que ser pensada no longo prazo. “Crie algo que impacte pelo menos quatro gerações. Logo, trabalhe para que sua marca se perpetue”.
A última dica é sobre você contar o começo da história da empresa para os herdeiros – sejam os filhos ou netos ou bisnetos. Afinal de contas, “uma história sempre contada em detalhes faz as pessoas propagarem com mais orgulho e tenacidade”.